Harry Potter e as relíquis da morte - Parte I

Depois do longíssima e tortuosa espera por parte dos fãs, saiu ontem a primeira parte do último livro da série que povoou o imaginário infantil/nerd por tantos anos. Vemos Harry, Ron e Hermione de forma diferente, fora da escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e tendo que enfrentar inimigos fortes sem grandes ajudas inesperadas a todo momento. Enfim, gosto muito dos livros e posso dizer que este é o melhor adaptado, o que, logicamente, não quer dizer que é a melhor obra cinematográfica, título este que acredito pertencer ainda a 6ª parte da série.

Enfim, tratemos deste filme tão aguardado por todos os fãs da saga:

No início do filme somos apresentados a um clima diferenciado. Um pouco triste e melancólico, o que nos diz com clareza que as coisas estão muito mal no mundo mágico. A primeira cena de ação do filme é realmente louvável, com uma boa trilha sonora e efeitos visuais encantadoramente deslumbrantes. Este momento tem muita força por conter muitos personagens importantíssimos da história juntos, o que nos faz ter um sentimento de engrandecimento frente ao poder de sedução do filme.

Um clima de tensão e expectativa permeia os primeiros instantes, mas depois que algo acontece ficamos acompanhando unicamente os 3 personagens centrais da saga. Mesmo tento seus bons momentos, principalmente aomostrar os pensamentos e reflexões das personagens, seus medos e sentimentos frente a tudo que estão enfrentando, o filme fica parado em excesso talvez.

Ficamos olhando apenas para Harry, Hermione e Rony e o resto do mundo é de certa forma ignorado e assim todos os personagens secundários que aprendemos a gostar como Lupin, família Weasley etc ficam sem dar o ar de sua graça. Neste ponto o filme peca e muito. OK, eu li o livro e sei que eles apenas optaram por adaptar fielmente o que estava escrito, mas não tiveram atenção para dar um tom mais caprichado ou um tom que nos fizesse perceber que ainda estamos assistindo um filme no "mundo de Harry Potter". O que acho que faltou, principalmente neste filme foi isso, uma climatização da história, ou seja, percebermos o qual horrível aquela época está sendo para todos os bruxos e bruxas. Está é a prova que nem sempre devemos adaptar um livro de forma absurdamente fiel, afinal são mídias diferentes, com estruturas, recursos e poderes diferentes.

A impressão que me dá é que neste filme eles colocaram a parte mais "pouca guerra" e vão deixar a suposta parte épica para o próximo. A última cena não deixa dúvidas quanto a isso.
Também acredito que o fim poderia ser mais emocionante, mais envolvente.

O compositor do filme é o indicado ao oscar Alexandre Desplat que já fez trilhas memoráveis como "O curioso caso de Benjamin Button" e "O fantástico Sr. Raposo" por exemplo. Mas aqui temos um dos seus trabalhos menos inspirados, se limitabdo unicamente a dar um "som" às cenas.Mas espero que a última parte poderá ser excelente, com momentos emocionantes e com cenas de ação loucamente fantásticas, no melhor que a ambiguidade nos permite. Conto que no próximo filme fiquemos grudados no assento com uma trilha épica, efeitos geniais e duelos que darão um fim todo especial a saga. Este filme se encarregou de fazer a ponte até esta suposta magnífica parte final. Para o último filme estou ancioso, mas para esse não, pois sabia que iria terminar com um tom de "Ah?".

Enfim, assista ao filme que tem bons diálogos, cenas de ação (umas melhores que as outras) e muito (até exclusivamente demais) das 3 personagens centrais (com atuações mais convincentes, especialmente Emma Watson).

Terminarei com frases que explicam bem minha opinião sobre o filme:

"Um Dementador tirou a alegria do último filme da saga?" (trecho de crítica no site oclumencia.)

"Yates, ao contrário de Alfonso Cuarón, que assina o terceiro filme, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, faz um filme desprovido de personalidade, limitando-se a traduzir em imagens tudo o que já está descrito em detalhes no filme." (trecho de crítica no site oclumencia.)

NOTA: 7,0

Abraços e até a próxima!