quinta-feira, 5 de maio de 2011

Em um mundo melhor

Venho neste post falar do último filme que eu assisti: A produção dinamarquesa vencedora do oscar e globo de ouro de melhor filme estrangeiro “Em um mundo melhor”. Há tempos queria vê-lo e finalmente consegui.

A sinopse do filme é aparentemente simplória. Há um médico que trabalha num campo de refugiados na África que divide seu tempo entre tal atividade e seu filho. Ele, por sua vez, é uma criança por volta de 10 anos que sofre bullying no colégio, até um dia que um garoto recém-chegado na turma e de mesma idade, o ajuda, batendo e quase cegando o agressor. A partir daí, uma amizade cresce entre os dois, desenvolvendo de forma bem interessante cada uma das famílias e tendo como pano de fundo o tema da violência nos dias de hoje.

Até onde devemos aceitar a violência sem revidar? Como dito no filme, a retribuição da violência é o que causam as guerras. E é com base nessa frase e neste pensamento, a história se desenrola. Numa saída em que o médico está com seu filho e com seu novo amigo, ele acaba levando um tapa na cara sem nenhum motivo, mas este não revida, ensinando a passividade para os filhos que acabam o repreendendo, achando na violência uma mlhor solução para aquilo. Desta forma, eles acabam buscando se vingar de algum jeito, tendo conclusão tipicamente trágica.

Considero a direção caprichada como um dos maiores méritos do filme. Ela faz com que prestemos atenção por todo o filme e nos conduz da melhor maneira possível. Somos levados a pensar nesta interessante história alegórica sobre a violência e suas consequências.

Os atores também tem grandes méritos e levam o filme com perfeição. Destaco aqui o jovem William Johnk Nielsen que merecia, por baixo, uma indicação ao oscar. Ele consegue demonstrar as razões de sua atitude e ir da tristeza infantil ao desejo louco de vingança sádica com naturalidade de mestre. Ele interpreta o amigo do garoto “bullinado”. Destaque especial também para Trine Dyrholm que faz de forma super natural e realista a mãe do dito “bullinado”. Principalmente ao término somos assombrados por uma atuação fantástica. Mas todos, sem exceção, estão bons.

A ironia do título, mediante o que é desenvolvido, é fantástica. Por ser um filme consideravelmente profundo, acredito que alguns não concordarão com sua ideologia e acharão exagerado ou algo assim, mas vale a pena assistir. Pode ser um pouco lento por vezes, mas jamais arrastado. Não sei se merecia os prêmios, pois ainda não vi todos, mas é um filme que com certeza é digno de ser premiado.

NOTA: 8,0

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