Piratas do Caribe - Naveguando em águas misteriosas

Atendendo aos interesses capitalistas cada vez mais procurados pelas mídias, especialmente cinema, surge nas telonas o 4º filme da saga de "Piratas do Caribe". Acompanhamos mais um filme, porém com equipe diferente. A direção fica ao encargo de Rob Marshall, diretor de Chicago, Memórias de uma gueixa e Nine. E o elenco é composto pelos de sempre: Johnny Depp que mostra cada vez mais ser limitado, falaremos adiante sobre isso, e o sempre excelente Geoffrey Rush. Além dos novos atores Penélope Cruz e Ian McShane.

Pôster americano mais bonito!xD

Desde o princípio fiquei com um pé atrás na continuação. Um 4º filme realmente sempre pareceu desnecessário, especialmente pela baixa qualidade e crítica ruim do 3º, mas eis que os interesses mercatológicos de hollywood falaram mais alto, assim como o de Johnny Depp que quis continuar na pele do, a princípio genial, capitão Jack Sparrow. O que temos aqui é um filme com cara de "mais do mesmo" e de "desculpa para ter outro filme". Em todo instante reparamos que não há necessidade da sua existência, mas lá está. A história é basicamente Jack Sparrow a procura da fonte da juventude. E como diria o narrador da sessão da tarde: "O capitão do barulho vai em busca de várias aventuras".

A direção pouco eficaz de Rob Marshall, que vem do fiasco Nine, ajuda a compôr uma obra que pouco empolga e com poucos momentos realmente dignos de nota. Muitas cenas são batidas, outras sem graça e desnecessárias, fatos estes que em conjunto começam a despertar aquele bocejo gostoso que facilmente leva a um sono profundo.

Casal principal que até tira alguns risos e consegue segurar as pontas.

Johnny Depp me decepciona cada vez mais, infelizmente. Gostava bastante do ator e acho sua atuação do em "Piratas do Caribe - A maldição do pérola negra" realmente digna de ter ganho o oscar de melhor ator daquele ano, mesmo tendo que enfrentar Sean Penn em "21 gramas" e "Sobre meninos e lobos". Mas de um tempo para cá reparo na sua pouca disposição de mudar. Seu papel mais diferente veio por "Um busca da terra do nunca" que o deu outra indicação ao oscar, desnecessária da minha opinião. Depois ele conseguiu uma 3º indicação ao oscar e ganhar o globo de ouro por sua fraquíssima atuação no fraco "Sweeney Todd". Seus outros papéis de destaque foram como chapeleiro maluco em "Alice", em outra atuação pouquíssimo inovadora e no lixo, de filme e atuação, "O turista". Além disso ele continua firme e forte na saga de sucesso que alavancou bastante a sua carreira. Como o famoso capitão pirata, ele é insuperável e ainda consegue tirar algumas gargalhadas, mesmo em dose cavalarmente menor que no 1º. Mas para a promessa de ator que ele era falta uma coisa: Inovação, ou seja, mudar um pouco que seja nos seus papéis.

Típica cena de ação de Jack Sparrow. Já não empolga mais.

Os outros atores vão bem. Eu particularmente esperava mais de Penélope Cruz, sua personagem é rasa e nem de perto interessante como poderia ser, mas tem méritos e mostra razoável senso de comédia. Geoffrey Rush continua com méritos de conduzir seu personagem sem enjoar. Ian McShane também vem como grande aquisição, em boa atuação. Os outros do elenco a tratar são Sam Claflin e Astrid Berges-Frisbey num romance completamente deslocado e forçado do resto da história.

Além disso, o filme realmente tem uma paleta de cores pouco saturada e escura por vezes, fato este levado ao extremos pelo 3D. O design da produção é caprichado, mas sai prejudicado. A trilha de Hans Zimmer tenta segurar as pontas em cenas de ação pouco interessantes, mas acaba não conseguindo. É infeliz reparar que tal compositor não consegue fazer nada de diferente, usando trilhas fáceis e reaproveitando muita coisa dos filmes antigos.

Barba Negra em péssimo uso do 3D.

Apesar do que foi posto, o filme serve como entretenimento e consegue tirar alguns risos bons, especialmente num momento "realista" do Jack Sparrow, rsrs! A técnica do filme está interessante, menos megalomaníaca que a 3ª, mas menos leve e interessante do que os 2 primeiros. O filme consegue se sustentar, mesmo que com alguma dificuldade.

Realmente há coisas que deveriam parar! Este filme nos exemplifica novamente isto, assim como o recente fiasco de Shrek 4 e o desnecessário Indiana Jones 4. Basicamente, não espere nada tão absurdo assim deste novo filme, não é horroroso, mas tá MUITO longe de ser bom.

NOTA: 5,5