terça-feira, 6 de abril de 2010

Aventura no Rio.

"Uma turminha do barulho acaba caindo em grandes confusões numa noite da pesada"
(narrador da sessão da tarde sobre a história a seguir)

"É uma tremenda cilada alucinante do barulho, Bino!"
(narrador da sessão da tarde imitando Bino sobre o conteúdo da história a seguir)

-----------------------------História baseada em fatos reais-------------------------------

Uma breve introdução:
Era uma noite como outra qualquer.
João estava olhando seu professor de matemática enquanto uma chuva começava a desabroxar lá fora.
Pessoas voltavam do trabalho e colégio na sua rotina por muitas vezes cansativa e aborrecida.
A chuva fica mais forte.
Com medo, algumas pessoas resolvem ir embora antes que fique pior.
Na escuridão do corredor rompe uma voz pedindo para que todos vão embora.
Uma multidão se aglomera com medo de enfrentar a chuva que teima em ficar mais e mais forte.
Roberto está preso no trânsito há horas...Ele só quer chegar em casa.
Um rio transborda.
João e amigos tentam ir embora, mas são vencidos pela natureza.
Voltam para o colégio na expectativa do quê acontecerá a seguir. A rotina se foi por hoje? O que aguardar desta estranha noite? Eles ainda não sabem o que acontecerá...

07 de abril - 7:00
O trem abre suas portas. Pessoas são espirradas para fora e logo a plataforma, antes vazia, se torna um aglomerado de pessoas, todos seguindo seu destino naquele chuvoso, frio e alagado dia. Mas uma imagem chama especial atenção. Uma garota está no meio da plataforma com uma cadeira de praia na mão. Todos pensam quão "estranha" é esta cena especialmente no dia em curso... Mal sabiam o que estava por trás daquela cena.

Capítulo 1 - Um sonho realizado. - Um dia antes
João sempre quisera ter a sensação de emoção de passar uma noite e dormir com seus amigos no colégio. Aquela parecia ser a noite certa para isso, a noite surreal onde aquilo poderia acontecer. Todos se juntam na sala de aula e começam a conversar sobre os mais variados assuntos, a jogar os mais variados jogos e a cantar os mais variados gêneros de música. A chuva não dá trégua e a cada instante o nível da água aumenta. Um clima de expectativa está no ar. O que esta noite aguarda? No momento ninguém está preocupado com nada muito vindouro, querem apenas curtir o momento, mas uma fome teima em bater na porta. Tudo está alagado, não tem como arrumar comida. Canibalismo? Ainda não... Passado um tempo, resolvem ir ao posto comprar biscoitos e todos se divertem "jantando" na mesa do colégio às 21:00 numa noite em que a chuva não para de cair. O tempo vai passando!
Depois de certo tempo, a chuva dá uma trégua e alguns resolvem ir embora e se aventurar no rio que antes era uma calçada. Pouco a pouco vão embora. Até que sobram 5 pessoas: João, Lúcia, Maurício, Gustavo e Bruna. Lúcia ligara para seu pai, Roberto, que estivera preso no trânsito por muito tempo e pede para ele pegá-la no colégio para irem para casa. Todos acabam indo junto. 00:30 eles saem da escola e vão rumo ao posto de gasolina onde Roberto estará. Andam a merce da sorte sem saber se exatamente o que tem a frente, será calçada, será um buraco? Depois de quase 20 minutos, chegam lá absurdamente molhados e ficam no carro esperando o trânsito diminuir. Já é 1:15 da manhã. Tudo está tranquilo, sem problemas. E então adormecem, esperando o trânsito passar.

Capítulo 2 - Uma noite inesquecível.
Tudo estava em paz, escuro,confortável. Do nada se ouve: "Alagou de novo!". Neste momento João acorda. Já são 2:00 da manhã e não mais existe calçada, tudo ao redor do carro virou água. Todos os 6 estão dentro do carro. Água começa a entrar pelas portas. Roberto sai para tornar o carro mais leve. O tempo continua avançando, a chuva não para, o nível da água só aumenta. Roberto diz:
-É melhor vocês sairem do carro...A água já está muito alta.
Todos os 5 saem então pelas janelas e ficam com água até seus joelhos. Um frio dilacerante passa pela espinha e não sai durante todo o tempo que litros e mais litros de sujeira se esfrega e gruda na sua perna. Surge então uma idéia:
-Vamos ir para o 2º andar do posto...O nível da água está muito alto - diz um dos tantos que estavam no posto esperando a melhora do trânsito assim como João, Roberto e todos os outros.

Imagem das 2 da manhã:
Pessoas em pé, molhadas e sujas estão em pé num corredor.
Lá fora a água começa a tornar os carros submersos. Alguns carros passam rápidos e fageiros pelo meio da água. Carros fantasmas, vazios. Mas que se movem.
Um barulho altíssimo. Um carro bate violentamente num poste.
Outro barulho altíssimo. Um táxi surge do nada e bate numa árvore. Passado um tempo, este capota.
Todos estão molhados. Molhados há 2 horas.
Todos queriam estar em casa...Mas não estão. Na verdade estão bem longe...Longe da família, mas perto dos amigos.

Se acostumar ao meio. É difícil, mas tem que ser. Todos estão pensando em quão surreal é esta situação, quando repentinamente se ouve barulho de chute e soco. Uma vez...2 vezes...3 vezes...4 vezes...E depois um barulho mais forte ainda. Todos vão ver o motivo do barulho. E lá está...Uma porta caída no chão. Roberto preocupado com o cheiro de gás absurdo que começa a incomodar. Novidade: O gás do posto está vazando. Daí surge um clima de tensão. Desespero. Alguns choram...Bate um desânimo em todos. Lembranças. "Quem diria eu estar aqui às 2:30?". "O que fazer?"...Qualquer coisa pode proporcionar algo fatal!

Capítulo 3 - Tempo de pensar.
Depois de certo tempo, conseguem impedir o vazamento do gás. Tudo fica mais tranquilo. Mentes aliviadas, corpo mais leve. Mas tudo continua um caos lá fora. A chuva monstruosa não para, o nível da água aumenta, carros passam levados pela correnteza. Os carros de alguns que estão esperando a chuva passar no 2º andar do posto começam a ir embora...Adeus! Choro. Tristeza...
Até aí são 3:00. A água está em níveis altíssimos. A chuva não para. Nada para fazer. Dormir? Só em pé...E desta forma todos tem a consciência de que passarão as próximas 3 horas. Roberto lembra que tem uma cadeira de praia no seu carro...Pegá-la é uma aventura, mas também uma necessidade. Desta forma Lúcia consegue dormir um pouco.
O dia fica mais claro. Todos olham pela janela e notam que é possível ir embora sem precisar nadar tanto...O frio não passa. Todos estão molhados há 8 horas.
Logo a chuva começa novamente e o medo de ficar preso ressurge. A iniciativa surge e é hora de partir. Ou tentar. Todos pegam mochilas, cadeira de praia, malas e roupas. Atravessar uma rua com água no joelho...Ficar todo molhado de novo com a chuva que cai incessantemente...Pegar trem com ar condicionado...Esperar um bom tempo até o trem dar prosseguimento enquanto você está com fome, frio, sono, sujo e fedorento...Tudo isso não é nada perto do que já aconteceu.

"to be continued..."?
---------------------------------------------FIM-----------------------------------------------

Pronto! Aí está uma história da pior enchente da história do Rio de janeiro. Uma história surreal, estranha, quase que um filme para quem lê e até mesmo para quem viveu. Algo para ficar na memória. Algo ruim? Não! Tiveram seus momentos ruins: Fome, sono, mas mesmo assim é "legal" ter esse tipo de experiência. É divertido pensar que se passou por algo assim...Mas que bom que passei...Passado. Ponto! Isto faz notar a pequenez da nossa vida e rapidez com que algo grave pode acontecer com ela. Portanto:

CARPE DIEM!

Aproveite todos os dias da sua vida da forma mais intensa que conseguir. Tudo acaba um dia...É da vida! Mas o que importa é a intensidade!

6 comentários:

  1. Anderson, meus cumprimentos. O brilhantismo com que sua historia foi contada me arrepia. Gostaria de ter estado la, com voces. Sei que nao ajudaria em nada, mas estaria perto dos meus amigos e passando por dificuldades junto deles. Enfim, de fato, uma memoravel historia, muito bem contada, e com uma bela conclusao no final.

    E, fica o aviso, da proxima vez que chover o dobro do esperado para um mes em apenas algumas horas, corra antes que seja tarde. Ou fique dormindo no colegio com seus coleguinhas.

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  2. Muito legal o texto Anderson, depois quero saber os nomes reais da história :D

    Eu também tive uma pequena saga, mínima se comparada a de vocês, mas foi alguma coisa. De início fiquei parado no posto esperando a chuva passar. Mas depois me toquei que, ou eu começava a minha andança errante, ou ia ficar no posto até o dia seguinte. Então mergulhei minhas pernas na água e vim a caminho de casa.

    Segunda-feira que vai ser interessante, ouvir a experiência da galera. Mas foi boa a iniciativa de escrever aqui, nem tinha pensado nisso.
    Falou!

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  3. Foi uma "merda foda" XD hauahuahuahuaa Foda o seu relato ^^

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  4. No fundo foi legal!xD rsrsrs!

    Ontem mandei o link do blog com essa história para uma porrada d gente! Coloquei a hiust aki pelo seguinte motivo: Pus no orkut a seguinte frase: "Ver carros capotando e dormir no 2º andar do posto de gasolina não tem preço"! Aí uma porraaaaaada d gente veio perg sobre a hist...Eu contei até a 30º vez, aí cansei e preferi escrever uma só vez e mandar o link p todos q perguntassem! Foi uma bela campanha d marketing! rsrsrsrs!!
    Ontem foi registrado o dia mais "movimentado" do blog com 55 visitas e 170 pág pesquisadas!!xD O antigo recorde era o dia dpois do oscar com 53 pessoas e 100 pág pesquisadas!
    Um monte d gente queria comentar aki no blog, mas não conseguiu...Alguém sabe como facilitar das pessoas poderem comentar aki?

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  5. Apesar da falta de alguns detalhes importantissimos(e engraçados) da historia como eu tomando um tombo por dormir em pé, ou o thairon dando uma cabeçada na parede por estar dormindo sentado num pneu, uma mulher meio patricinha com uma voz irritante chorando por o pai estar na chuva, dentre tantos outros, terem sido omitidos, é uma historia épica q deveria ser encaminhada para algum diretor de cinema para futuramente c tornar um filme q obviamente alcançaria recordes de bilheteria.

    E só uma curiosidade eu sou o Gustavo ou o Mauricio?

    o unico problema de seu texto é a falta de atenção para alguns personagens, vc praticamente soh fala de roberto,joão e lucia, os outros personagens parecem meio q coadjuvantes numa historia onde apenas a chuva e o disastre são os principais dessa horrenda tragedia.

    Mas mesmo assim parabém texto ótimo, lembrou me até o gabriel.

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  6. rsrsrsrs!! Essa história é tipo uma adaptação de livro para cinema...Muitas partes foram cortadas! rsrs! Eu queria deixar as pessoas com pena da gente e criar aquele climinha de medo! Se no meio eu colocasse essas "cenas" engraçadas a história não teria uma "forma" e nem seria engraçado nem dramático. Aí optei pelo drama!rsrs!!

    Isso d ter cagado pros personagens é tudo um simbolismo típico daqueles filmes cults doidões d q as pessoas n representam nada no meio d tanta desgraça! Só contei da Lúcia pela cadeira e do João pelo sonho! Na verdade o único q falo foi do Roberto q teve participação ativa! O resto das pessoas todas só tiveram direito a uma fala(p nós subirmos) rsrs!
    Se eu fosse falar d cada personagem a história ficaria grandona.Os preguiçosos de plantão já acharam grande, c eu aumentasse me matariam! rsrsrsrs!

    "Mas mesmo assim parabém texto ótimo, lembrou me até o gabriel."...Kraca! Ganhei o ano! rsrsrsrs!!!

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