sexta-feira, 30 de abril de 2010

Algumas palavras sobre ciência

Um dos ramos mais promissores da ciência para o futuro próximo está representado pela área
de interface entre as ciências exatas e as ciências da vida.
Qualquer sistema vivo pode ser descrito pelas equações que regem a física e a matemática. O
problema é a extrema complexidade desses sistemas, sua estrutura e organização interna, que
não são encontradas em nenhum outro sistema conhecido no universo. A autonomia da vida
surpreende, pois os constituintes básicos de sua formação são encontrados em vários outros
lugares do universo, porém nem de longe com o mesmo nível de organização que o encontrado
aqui na Terra.
É fácil excitar-se com a possibilidade de deter o conhecimento sobre o funcionamento da
vida, e isso deveria ser difundido no ensino público de base no Brasil. A curiosidade
necessária para se explorar os intrínsecos mecanismos da vida está presente em cada menino
jogando bola nas ruas de uma favela, por exemplo. A evolução educacional brasileira talvez
seja uma tarefa tão hercúlea quanto a descrição do processo de formação da consciência no
cérebro humano. Entretanto, é possível. Possível porque a atual geração cresce com uma
perspectiva de mudança que não era vista há algum tempo no nosso país. E isso pode estimular
as mentes de nossos jovens, com a perspectiva de um país forte, capaz de fazer frente aos
países desenvolvidos no cenário internacional. E, se temos um país forte, temos um lar
forte. Com isso, temos segurança para planejar. Planejar a educação e o desenvolvimento
científico.Buscar respostas para nossas curiosidades, como "por que estamos aqui?" ou "de
onde viemos?". E, mais excitante do que responder a essas perguntas, é formular novas a
partir das respostas dessas.
O prazer da descoberta alia-se a utilidade da mesma decoberta. As aplicações de novas
teorias são enormes, e impulsionam a ciência rumo à novos horizontes, assim como
proporcionam melhor qualidade de vida à população. Não se pode esquecer também das políticas
formuladas para a igualdade social, que permitem que a tecnologia alcance a todos.
A intelectualidade é sedutora pois fornece poder. O intelectual é capaz de desenvolver
pontos de vista sobre assuntos bastante diversificados. O intelectual não para de aprender,
nunca. As escolas deveriam trabalhar para formar pessoas mais intelectualizadas, curiosas,
dotadas de ferramentas que as permitam explorar o mundo que as cerca de modo a entender o
funcionamento do mesmo.
O importante é não acreditar que o homem moderno desenvolveu a curiosidade. Ela está
presente há tempos, na essência do próprio homem, desde que ele acordava em uma caverna e já
se maravilhava com o surpreendente céu estrelado junto a luz de uma fogueira. Se perguntava
como era possível tudo aquilo. Não do jeito que nos perguntamos hoje, pois já fomos
atingidos por uma enxurrada de conhecimento que ele não dispunha. Mas, mesmo de um jeito
particular, aquele homem também se surpreendia. Sua capacidade de se surpreender talvez
tenha sido nossa melhor herança.
Os átomos que se organizam de uma forma absurdamente complexa na nossa estrutura cerebral e nos permitem ter consciência sobre quem somos e onde estamos são os mesmo que um dia
formaram uma bactéria fotossintetizante simplória nos primórdios da Terra. E, os átomos que
formavam a bactéria são oriundos da poeira resultante da formação estelar do Sol. Poeira essa
composta por átomos formados pouco tempo após a grande explosão à qual denominamos big-bang.
Fascinante pensar que construimos esse modelo para tentar saciar nossa curiosidade.
Possivelmente erramos feio, o big-bang talvez não tenha ocorrido de fato. Afinal, não temos
ideia do que existe fora do universo. Aliás, ideias surgem, mas nenhuma com respaldo
científico considerável. A ideia da existência de universos exteriores ao nosso começa a ser
cada vez mais aceita. Cada um desses universos com suas próprias leis da física, que
poderiam gerar novos conceitos de vida, com mecanismos que nunca passariam por nossa cabeça. Ou passariam, já que estamos até discutindo-os agora. Ousado, não?

2 comentários:

  1. Excelente texto Gabriel. Acho que a parte que mais me chamou a atenção foi quando você escreveu que a capacidade de se surpreender foi, talvez, a melhor herança que tivemos de nossos antepassados.

    E vejo que essa capacidade é realmente importante já que enquanto lia o texto, eu já imaginava o que viria a seguir, quando me deparei com as duas últimas frases... e me surpreendi! Obviamento terminei de ler com um sorriso no rosto.

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  2. resrsrsrsrs!!

    Gostei no post! Muito bom! Sem comentários quanto a "técnica" do post, rsrs!
    O final é bem interessante, destacando o cultuado "Ousado,não?", rsrsrs!

    Falando nisso...O blog tá sem postagens há tempos!

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