domingo, 6 de março de 2011

Os homens que não amavam as mulheres

Eis que depois de certo tempo, consegui conferir esse filme sueco que ganhará uma versão americana das mãos do "quase" vencedor do oscar David Fincher em 2011. A produção conseguiu ser lembrada em alguns prêmios, especialmente BAFTA e Cristics Choice Award, mas no geral foi ignorado, injustamente eu digo. Antes de qualquer coisa, vamos a sinopse:

Sinopse: Harriet Vanger desapareceu há quase 40 anos num lugar que é propriedade da família Vanger sem deixar nenhuma pista. Depois de um longo tempo, seu tio deseja voltar com as investigações e para isso contrata um editor de uma revista chamado Blomkvist. Paralelamente acompanhamos Leslith, uma investigadora bastante diferente e sempre misteriosa, que começa a ajudar o jornalista na investigação.

Como se pode perceber é uma história de investigação razoavelmente simples a primeira vista, porém o tom envolvente dado pelo diretor faz desta uma produção super interessante que nos faz realmente querer saber o final daquela investigação. Paralela a investigação, temos outra situação tão misteriosa quanto: A vida de Leslith. Quem é ela? Quais suas motivações? Por que ela é deste jeito? Tudo isso vai crescendo lentamente no decorrer do filme.
O filme também tem alguns quesitos técnicos dignos de nota: A fotografia consegue captar bem todo o tom cinza e sem cor das paisagens frias, aumentando o tom de suspense. A trilha gradual e forte ao mesmo tempo junto com a montagem precisa e clara, faz com que entendamos o decorrer da história.

Um problema desses filmes investigativos é quando perdemos o fio condutor da história e passamos a acompanhar só por acompanhar mesmo e também quando deixamos de nos interessar pela história na metade ou antes. É bom dizer que nenhum dos dois problemas chega próxima desse filme. Ele é muito bem explicado, a montagem, roteiro e direção ajudam bastante nisso. Isso pode ser encarado como um problema para os pseudointelectuais que adoram filmes complicados e rebuscados que para entender uma vírgula tem que ser revisto infinitas vezes, porém já que este não é meu caso, encaro como um ponto positivo.O elenco se encontra todo excelente, tanto que muitos já conseguiram seu lugar em produções hollywidianas. Noomi Rapace foi indicada com justiça pela sua atuação que pode parecer simples, mas que esconde um mistério grandioso em cada olhar, em cada demonstração de sentimento ou fala. Desde já está no TOP 10 do ano de melhores atuações femininas em papel principal para mim. O filme também aparece neste TOP 10 como melhor fotografia, trilha sonora, montagem e talvez filme.

Para terminar falo sobre o título nacional que incrivelmente acho ser melhor que o original (The girl with the dragon tatto - A garota com a tatuagem de dragão, em tradução livre). Este não faz muito sentido na história já que a dita tatuagem não tem a menor importância no filme e só aparece uma única vez em quase 2:30 do longa. Falando na duração, ele pode ser encarado como um problema. Se você não tiver entrado no clima do filme, dificilmente vai se interessar em ficar tanto tempo acompanhando uma investigação que é tratada uniformemente no mesmo clima.
É um filme que vale a pena ser visto, especialmente para quem gosta de um bom suspense e até mesmo de livros assim, já que ao assistir o filme, tive a impressão de estar lendo um bom livro da Agatha Christie, mas com tom mais crescido e realista. É um filme que tem a mesma segurança na narração que o vencedor do oscar "O segredo de seus olhos", mas sem o seu clichê condutor tão simplório. Acredito que David Fincher vá conseguir fazer um filmaço nesse seu remake!

NOTA: 8,5


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