Imagine-se na seguinte situação: Sua mão ficou presa numa pedra impossível de ser retirada e você está dentro de uma fenda onde ninguém conseguirá te encontrar. A água está quase no fim e não há comida. Paredes te expremem.Você está neste mesmo ponto sem poder sair a mais de 100 horas. O que você faria? Iria se matar, lembraria de momentos da sua vida? Choraria? Pensaria, o que teria acontecido SE eu fizesse isso ou aquilo na minha vida? Entraria em desespero? É nesta situação de mais profundo desespero que o protagonista de 127 horas se encontra e é assistindo a este turbilhão de sentimentos de desespero que passamos pouco mais de 90 minutos.

No princípio somos apresentados ao espírito de aventura da personagem central para depois sermos atirados ao realismo do acidente e de tudo que esta ação desencadeia. Aqui já destaco a atuação sublime de James Franco, o eterno Harry Osborne. É possível perceber uma completa entrega do ator ao papel. Percebemos o desespero da situação e da personagem com extremo louvor de realismo devido a sua atuação. Com o passar das horas, seu semblante vai mudando ,assim como sua voz, de forma assustadoramente real. É incrível como uma câmera, uma pedra e James Franco conseguem segurar todo o filme. Pode-se dizer que de fato James Franco atua sozinho no filme praticamente inteiro. Indicação justíssima nos prêmios até aqui e sua primeira nomeação ao oscar já é certa.
Porém, nem tudo são flores. Em certas partes o filme fica meio "parado". Afinal, passamos muito tempo acompanhando a situação dentro da fenda e, evidentemente, não acontece muita coisa. Vemos seu desespero e acompanhamos alguns flashbacks, mas isto traz problemas sérios de ritmo e, por vezes, desanima a continuar assistindo ao filme. Este, para mim, é o principal problema que encontramos aqui.

Considero este um filme interessante que nos põe de fato, nos fazendo viver, uma situação limite. O filme usa e abusa de um realismo cru e cenas até mesmo fortes. Só para ter uma idéia, pessoas desmaiaram com cenas do final quando o filme foi mostrado no festival de Toronto. É interessante constatar que toda esta saga é real e aconteceu com o alpinista Aron Ralston. Não há efeitos hollywidianos ou finais perfeitos do estilo Disney, ajudas não vem do nada, aqui é vida real.
NOTA: 8,0
Parece ser foda =DD
ResponderExcluir