O discurso do rei

O filme com maior número de indicações nesta edição do oscar e principal concorrente de "A rede social" para a estatueta de melhor filme do ano. Falarei aqui sobre o britânico "O discuro do rei" que nos traz atuações brilhantes especialmente de Colin Firth e Geoffrey Rush, além de um roteiro e direção impecáveis.

A produção conta a história de Duque de York (Firth), futuro (para o longa) rei George VI, importante para a história britânica como o rei do período da 2ª guerra mundial. O filme trata do seu grave problema de gagueira e consequente dificuldade em seus discursos. Para tal, busca ajuda do "terapeuta da fala" Lionel (Rush).

Esta seria uma sinopse absolutamente básica, mas é bom perceber que o filme tem muito mais a oferecer. Esta premissa básica, aliada a um roteiro genial e uma direção impressionante, nos conduz, sem dúvidas, para um dos melhores filmes deste ano.Primeiramente, o elenco. Perfeito. É incrível o duelo épico entre duas atuações esplêndidas no mesmo filme: Firth e Rush. Eles dividem a cena e o brilhantismo por boa parte da projeção. Firth está simplesmente perfeito. Vemos no seu olhar toda a fragilidade, medo e insegurança, especialmente nos seus complicados discursos. Ainda falta conferir Jeff Bridges por "Bravura indômita", mas garanto q Firth esta superior a todos os outros, até mesmo a Robert Duvall, ridiculamente esnobado no oscar. Rush estaria ganhando todos os prêmios como coadjuvante (apesar de ser principal) se não fosse o genial Bale em "O vencedor". Mas sem dúvida tem a 2ª melhor atuação da categoria ao compôr um personagem real, sentimental, medroso e corajoso ao mesmo tempo. Se ele levasse o oscar, também ficaria felicíssimo. Bonham Carter vai bem, com uma atuação super sutil e inteligente, mas não a acho tão incrível quando alguns dizem. Considero Barbara Hershey por "Cisne negro" ou Dianne West por "Reencontrando a felicidade" superior a esta. A esposa de Burton entra no meu TOP 10 de atrizes coadjuvantes do ano, mas não no TOP 5.

O roteiro é outro ponto forte, por conseguir nos fazer interessar por mais de 2 horas. Quase que aliado a ele tem a direção de Tom Hooper. Esta última também merece seus méritos por conduzir de forma tão perfeita todo o longa, dando uma leveza e qualidade apreciáveis. A habilidade em mostrar o lado humano e ao mesmo tempo o de rei de George VI, aliado ao trabalhado desenvolvido em cima da relação fraterna entre gago e terapeuta são talvez os pontos altos do longa.

Indicações merecidas. A fotografia aliada a direção de arte, figurino e edição compõe momentos belíssimos. Todos mereceram a contemplação. Toda a parte visual é perfeita, sendo possível vencedor no oscar. O único problema que talvez exista no longa é que algumas pessoas podem achar o filme um pouco parado e por vezes sonolento, mas não chega a ser algo a se condenar.

É um filme que merece ser visto, por toda a belíssima composição das personagens, da trilha sonora impecável do genial Alexandre Desplat, do arranjo do roteiro e direção e da parte visual invejável. Sem dúvida, um dos maiores filmes do ano.

NOTA: 9,5

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Nos próximos posts:

Ainda tenho que assistir "Bravura indômita" e depois "Animal Kingdom". Depois começarei uma série de posts a cerca de categorias do oscar, postando quem provavelmente ganhará e quem merecia ganhar. Comentarei sobre as seguintes categorias:

Post I - Canção original / Trilha sonora / Filme de animação / Filme estrangeiro
Post II - Edição de som / Mixagem de som / Efeitos visuais / Documentário
Post III - Figurino / Maquiagem / Direção de arte / Fotografia
Post IV - Ator coadjuvante / Atriz coadjuvante / Ator / Atriz
Post V - Diretor / Roteiro original / Roteiro adaptado / Montagem
Post VI - Filme