terça-feira, 8 de setembro de 2009

Brasil 3 x 1 Argentina

22 homens entraram no Gigante de Arroyito, sábado, para fazer algo mais que jogar futebol. Os de amarelo, queriam mostrar que sua maturidade como time havia chegado. Os de azul e branco, queriam provar que podiam vencer essa seleção.

A noite fria esquentava a cada segundo que passava, em um inflamado caldeirão argentino. Inflamado pelo cântico da apaixonada e aguerrida torcida, pelas declarações de Maradona durante a semana e pela expectativa de ver um futebol que a seleção hermana parece ter perdido em algum momento entre o fim da Copa e a perda da Copa América. Estão lembrados que, no começo da Copa América, esses mesmos papéis de Brasil e Argentina estavam trocados?

Os guerreiros entravam em campo, abençoados pelos Deuses do Futebol, que, se estavam em algum lugar terreno naquele momento, só podia ser ali. Os hinos nacionais ecoavam no ar frio, cada qual com seu acompanhamento de fundo. A hostilidade já era esperada. Aquela seleção de Dunga, já estava muitíssimo bem acostumada a vaias da arquibancada. Não significava nada.

Pois bem, o que se viu dentro de campo foi uma aula de propriedade e autoridade brasileira. A inteligência esteve ao nosso lado, e guiados pela maestria de Kaká, tendo ao luxo de contar com o melhor atacante do futebol mundial, em termos de seleções, e seguros com uma noite inspirada de Luisão assim como do muro formado por Felipe Melo e Gilberto Silva, pudemos segurar um ataque grandioso, porém desorganizado e em uma noite pouco inspirada, sendo municiado por um Verón um tanto mal marcado pela nossa dupla de volantes, mas que não conseguia enfiar as bolas importantes devido ao ótimo posicionamento da zaga do Brasil. E, nossa velocidade nos contra-ataques foi decisiva, conseguindo duas faltas em lances de erros da defesa argentina, marcando dois gols em bolas paradas. Elano foi crucial para que essas bolas paradas fossem traduzidas em gols, diga-se de passagem.

O que podia se tornar a esperança hermana, a reação após o gol de Dátolo, foi por água abaixo, com nosso terceiro gol logo em seguida, em passe brilhante de Kaká, embora desviado levemente pelo marcador, que chegou aos pés de Luis Fabiano, para decretar o triunfo canarinho.

A torcida havia se calado no primeiro tempo ainda. A paixão clubística mais uma vez mostra sua superioridade em frente à patriótica. O que era a chance da retomada virou vergonha nacional.

Nossa seleção foi digna de aplausos, mas é importante conter a euforia. Faltam ajustes a serem feitos para a Copa. Ajustes como a procura por um volante para disputar posição com Gilberto Silva, que, apesar de ter evoluído um bocado, ainda não pode ser considerado o ideal. Robinho vem caindo muito de rendimento e alternativas devem aparecer naturalmente nas próximas convocações. É importante que isso aconteça. O maior exemplo da necessidade de consertos foi o jogo contra a Estônia, a seleção não joga bem contra equipes retrancadas. Uma defesa bem montada de um grande europeu, ou até mesmo de uma seleção mediana bem treinada, ainda é preocupante.

A base está montada, mas o time não está pronto. Só estará quando levantar uma certa taça dourada, que de tempos em tempos recebe um beijo e é erguida por um capitão. Brasileiro, é lógico.



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